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segunda-feira, 21 de julho de 2014

ONTEM

Ontem a noite, eu sai para beber. Queria espairecer um pouco e andar com meu carro novo pela cidade. Não tinha muito movimento. A cidade estava calma, tranquila. Fui direto para o bar que sempre costumo ir. Estava vazio. O garçom logo veio e colocou-me na minha mesa preferida. Trouxe minha bebida. Acendi meu cigarro e fiquei ali, bebendo, pensando na vida e o que seria de mim. Derrepente um homem de mais ou menos 32 anos senta na minha mesa e diz:
- É uma covardia uma mulher como você estar bebendo sozinha. Posso pagar uma bebida?
Ele foi muito elegante e cordial e eu não tinha nada a perder. E assim depois de muito tempo, arrumei uma companhia para uma noite agradável. Bebemos muito e eu já estava sem condição nenhuma de dirigir. Comecei a perder os sentidos das palavras. Zonza zonza, sai de lá trançando as pernas. Há muito tempo eu não ficava assim. Ele prontamente pegou a chave do carro e se ofereceu para levar-me para casa. Eu não estava em condição de dizer não. Assim que eu entrei no carro eu apaguei.
Quando eu acordei, eram sete horas da manhã. Eu estava deitada no sofá e não reconheci o lugar. Fiquei congelada de medo.
- Bom dia. Calma, você está na minha casa. Você apagou antes de dizer onde você morava. Achei melhor trazer você para minha casa. Coloquei você no sofá e você dormiu como um anjo. Seu carro está na garagem, sua bolsa está aqui perto de você, seus sapatos. Você está intacta pra começar bem a semana. Se quiser, pode tomar um banho e tomar o café da manhã que eu preparei pra você. Como eu não sei o que você gosta, mandei trazer um pouco de tudo.
- Eu dormi aqui no sofá e você?
- Eu fiquei aqui, olhando você dormir e me embriagando com sua beleza.
- Onde está sua família?
- Eu moro sozinho.
Ele me passava uma segurança que nunca havia sentido com ninguém. Meio que sem graça, levantei, coloquei meus sapatos, peguei minha bolsa:
- Não me leve a mal, mas preciso ir embora. Isso nunca me aconteceu. Peço desculpas. Queria apenas usar seu banheiro.
- Primeira porta do corredor.
O apartamento era discreto, muito bem arrumado, uma decoração sóbria. O banheiro bem arrumado para um homem que mora sozinho. Meu rosto estava horrível. Aproveitei para retocar a maquiagem e ver se tudo estava lá. Minha carteira, celular, chave do meu carro. Tudo estava intacto. Arrumei o cabelo e sai.
- Mais uma vez muito obrigada. Não sei como isso aconteceu. Eu perder o controle assim.Que bairro é esse aqui?
- Alto do Morumbi. Tome um café comigo. Essa será sua forma de agradecer!
- Me desculpe. Você foi muito gentil, mas não posso. Preciso ir embora. Me desculpe.
- Não tem problema. Eu entendo você. Deve estar apavorada. Eu estaria. Então tudo bem. Fica bem e qualquer coisa me liga.
- Onde está meu carro?
- Seu belo carro está na garagem. Pode ir até a portaria que eles pegam pra você!
- Ele é novo. Acabei de comprar.
- Eu percebi.
- Bom dia e mais uma vez obrigada.
Ele foi até a porta, abriu-a e me deixou sair, não disse nada. Assim que eu passei pela porta ela se fechou atrás de mim. Desci apressada e pedi para o porteiro pegar meu carro. Passavam das oito horas da manhã. Assim que o carro encostou, abri a porta e o porteiro disse:
- O senhor Alexandre mandou que eu entregasse isso pra senhorita!
Ele foi até o balcão e me trouxe um lindo buquê de rosas vermelhas e junto seu cartão de visitas...
Entrei no carro sem dizer nada. Sai pela rua aliviada e sentindo-me muito mal. Não poderia ter perdido o controle daquele jeito... Não poderia ter deixado que isso acontecesse...

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