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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

VIAGEM

Estava na cara que aquele era o tipo de relacionamento que jamais iria dar certo. Eu sou um homem de 40 anos e juro pra você que eu não sei onde eu estava com a cabeça ( na verdade eu sei sim). Eu mergulhei de cabeça naquele decote. Não me preocupei em saber qual era a idade daquela menina. Para mim uns vinte dois anos. Ela tinha dezesseis. Como eu ia saber? As meninas de hoje crescem e se comportam com mulheres. Assim que bati os olhos naquele decote maravilhoso que ostentava um volumoso par de seios, percebi de imediato um sorriso por parte daquela mulher, menina. Aquele ser. Ela me olhou bem nos olhos e sorriu. Fiquei meio desconcertado, meio que sem graça. Logo eu! Não podia embarcar nessa.
O metro estava cheio. Tentei disfarçar mas tinha curiosidade para saber se era mesmo para mim aquele sorriso. Aquele decote me atraia. Ela começou a se arrumar. Percebi que ela ia descer na próxima estação. Levantou e veio em minha direção. Olho bem para mim e disse:
- Você vai descer na próxima?
- É um convite? - perguntei de imediato.
- Depende das suas intenções.
- As melhores possíveis.
Mais uma vez ela sorriu maliciosamente. Fiquei olhando. A porta abriu e ela desceu e me chamou. Eu estava com certeza enfeitiçado. Sem pensar acabei descendo. Não lembrei que minha mulher estava me esperando na estação final.
Ela subiu a escada rolante e parou antes das catracas e eu feito besta fui atrás. Eu não sabia o que falar, o que pensar. Me aproximei dela. A essa altura não conseguia controlar minha excitação.
- Ela apoiou os braços em volta do meu pescoço e me perguntou quase sussurando no meu ouvido:
- O que você estava olhando com cara de tarado?
- Eu estava olhando pra você!
- Você gostou dos meus peitos? Aposto que está louco para dar uma boa chupada neles!
- Você conseguiu perceber isso só de olhar?
- Não. Claro que não! Estou sentindo pelo volume da sua calça!
- Você me deixou assim!
- Eu não fiz nada!
Devagar ela veio e beijou minha boca. Parece que naquele momento não existia nada. Esqueci as horas, esqueci do mundo. Foi um beijo quente. Cheio de paixão ou sei lá o que! A todo momento ela me chamava de tarado. Aquilo me excitava. Podia sentir o cheiro da sua pele. Podia sentir os seios dela contra meu peito. Ela me beijava e me apertava. Ela olhou no relógio e disse que precisava ir embora. Me deu seu telefone e pediu para eu ligar pra ela assim que eu chegasse em casa.
- Eu sei que você é casado. Mas sei também que você tá louco pra me comer! Me liga!
Se despediu de mim com um beijo quente e de leve senti sua mão descer até minhas pernas. Eu estava euforico. Depois desse dia tudo em minha vida mudou. Nos falamos varias vezes. Nos encontramos e o que eu não sabia era que eu estava sendo vigiado. Eu não sabia e não podia imaginar que minha vida estava sendo vasculhada, revirada. Em pouco tempo fui do céu para o mais profundo de todos os infernos...



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tanto que já fiz - 1

Lembro-me de ter começado a trabalhar cedo demais.
O meu primeiro emprego efetivo foi na banca numa feira em São Paulo (banca não). Recebi um convite de um amigo para ajudar ele e seu pai na feira. Logo imaginei que fosse uma banca que vende-se frutas, verduras. Que engano. O pai dele era marreteiro e tinha um tapume onde jogava várias meias e vendia. Algo bem irregular. Se chegasse a fiscalização, era corre-corre certo. Como pagamento ganhei um par de meias é claro.
Uma vez eu estava no interior de São Paulo, a cidade era Birigui. Um circo tinha acabado de chegar na cidade e eu queria ir, mas minha avó não quis me dar dinheiro. Fiquei na porta do circo um tempão até que o dono do circo do circo disse que eu podia trabalhar vendendo pipoca e assim poderia assistir ao espetáculo. Foi o que fiz. Coloquei um chapeuzinho e peguei uma bancada de pipoca e sai vendendo na platéia. Na hora de ir embora para casa o dono disse que ia me pagar. Me levou para uma Kombi e fechou a porta. Começou a me mostra revistas pornograficas. Eu tratei de chutar a porta e sai correndo. Jurei que nunca mais ia trabalhar dessa maneira. Juro que escapei por pouco.
Já trabalhei de ajudante de pedreiro, mas não deu certo. O mestre de obras deixou cair um tijolo baiano na minha cabeça, mandei ele a merda e vim embora. Já fui ajudante de eletricista. Não deu certo. Trabalhei com vendedor do Círculo do Livro, meu chefe andava comigo na rua cobrando metas. Fiquei escondendo meus contratos fechados e ele me cobrando. Com o saco cheio das cobranças peguei os contratos, rasguei todos e entreguei para ele. Fui embora também. Às vezes andava o dia inteiro sem ter o que comer. Época que o cachorro quente no centro de São Paulo custava R$ 0,50 e vinha com duas salsichas e ainda ganhava um suco grátis. Eu me fartava. Isso era o que eu comia. Andei muitas vezes com sapatos furados ou com pregos na ponta para não deixa que caísse a sola no meio da rua. Depois conto um pouco de tudo o que eu já fiz...