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quinta-feira, 30 de julho de 2009

SEI LÁ*

"Eu quero viver...
Viver como se a vida fosse acabar amanhã.
Quero viver além dos meus doze anos."

... meu pai brigou comigo só porque eu fui de shorts na escola e o professor disse que eu estava tendo um comportamento bem diferente. Só sei que naquele dia, daquele dia em diante, minha vida, meu desejo de viver, mudaram completamente e meus pais também mudaram.

Capítulo I
Primeiro Beijo

Meu pai estava trabalhando e minha mãe tinha acabado de chegar. Ela estava cansada e ficou deitada no sofá. Minhas amigas bateram na porta me chamando para descer pois todos estavam lá embaixo (meus pseudo amigos) e iam acender uma fogueira. Aproveitei o cansaço da minha mãe e pedi para sair um pouco (sempre rezava para que ela deixasse). Ela disse que era para eu voltar logo, pois meu pai estava para chegar.
Enfim eu estava livre. Podia ser quem eu quisesse. Podia estar com gente que pensava como eu.
No meio de todos, ele estava lá. Aquele jeito brincalhão me encantava e minhas amigas diziam que ele queria ficar comigo. Senti um frio na barriga. Elas diziam coisas que eu ainda não entendia. Nessas horas sempre lembrava do meu pai dizendo que eu tinha onze anos e que tudo tinha o tempo certo para acontecer. Mas quando? Que tempo é esse que não chega nunca! Eu queria viver tudo e depois, meu pai não precisava saber.
Como eu deveria agir? Não queria parecer idiota para ele e muito menos para minhas amigas. Não me lembro bem como aconteceu. Lembro apenas que ele me pegou pela mão e me puxou para um lugar, acho que era atrás do prédio. Uma sensação estranha tomou conta de mim. Uma mistura de medo e vontade ao mesmo tempo. Eu fui, queria e precisava sentir. Ele me beijou.
Sentir sua língua na minha boca foi meio nojento. Eu não podia demonstrar. Eu sabia que minhas amigas estavam espiando.
Caramba! Foi uma sensação única. Eu sabia, ele gostava de mim. Minhas amigas estavam certas.
Fui para casa. Logo meu pai chegou. Eu tinha que disfarçar, precisava. Meu pai me conhece bem. Minha mãe é mais tranquila mas meu pai, ele percebe. Naquela noite não percebeu.
Fui dormir. Quando me deitei, a cama parecia flutuar. Sentia-me nas nuvens. Eu ainda tinha aquela sensação dentro de mim. Agora eu não era mais a boba da turma. Eu tinha beijado pela primeira vez...

continua

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