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quarta-feira, 11 de maio de 2011

VILA MADALENA

Ontem, depois de ter ficado a esmo na internet, sai e fui para Vila Madalena. Fiquei lá, no bar de minha preferência... Bebi uma garrafa de vinho e fui fazer o que mais gosto que é pegar a estrada de madrugada... Parece que meu carro já sabe o caminho e o caseiro parece que sempre está me esperando. Ele sabe que gosto de chegar sempre de madrugada e não se assusta mais. Cheguei em Bertioga passavam das duas e meia. A casa estava fria. Eu estava com frio... Fiquei na sala me consumindo por todos os pensamentos que quem e vão... Estar ali me fazia bem... A dor fazia com que me sentisse viva... Fiquei enrolada no cobertor olhando o mar... Como pude ser tão tola... Como puder acreditar por tanto tempo em alguém. Eu estava cega, surda, louca... Meus pais morreram com esse desgosto... Lembro da última conversa com meu pai... Das minhas últimas palavras... Não tive tempo de pedir perdão. Minha mãe morreu segurando em minhas mãos. Sua boca estava seca. Ela olhou em meus olhos e disse: - Eu perdoou você.
Depois disso, percebi que eu não tinha mais ninguém para me defender. Depois disso percebi que agora eu tinha que tomar minhas próprias decisões. Eu não queria lapidar o que meu pai havia me deixado. Eu sabia que se continuasse com ele, era isso que ia acontecer. Então, procurei o advogado da família e entrei com o processo de separação. Ia ser um processo longo. Ele iria querer parte dos bens que meu pai havia deixado... Ele não ia ficar com nada... Nem que para isso eu tivesse que me desfazer de tudo...
Aquele silêncio me engolia... Pude ver o dia clareando... Eu estava sem pregar os olhos a mais de dois dias... Tinha reunião de negócios... Precisava estar bem... Mesmo tempo uma equipe competente eu estava na frente dos negócios. A empresa era minha. Fui tomar um banho. Despedi-me do caseiro e voltei pra São Paulo...

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