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quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOU AZEDA, INSALUBRE

Sou a maldita, a fera...
Não vergo, não me dobro...
Sou a noite sem lua...
Sou madrugada fria...
Sou brisa...
Sou do silêncio...
Me vesto de solidão...
Sou mulher...
Sou amarga, azeda, insalubre...
Arranho, uivo, mordo...
Não arrisco...
Não vou...
Não saio...
Não tenho medo...
Conheço os olhares, as palavras...
Sou a maldita, a preferida...
Sou amarga, azeda, o sonho, o pesadelo...
A distância, a saudade, o bem querer...
Sou a morte, a dor, o vestígio...
O invísivel...
O beijo que se quer...
O fel...
A língua...
Sou ousadia... Quietude...
Sou esquina...
Sou pomba-gira...
Me embriago com veneno...
Não morro
porque já morri...

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