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segunda-feira, 21 de julho de 2014

HORAS MORTAS

"Comecei a escrever "Horas Mortas".
Não sei bem o que dizer. Escrever sobre tudo o que aconteceu. Escrever sobre tudo o que sinto. Contar, desabafar. Quem sabe assim, deixo de sofrer. Não tenho em quem confiar. Não tenho com quem conversar.

"Estou aqui na casa de praia. Casa que foi dos meus pais. Tudo está como eles deixaram. Ainda posso sentir os cheiro deles. Se ficar quieta escuto os passos do meu pai e minha mãe na cozinha preparando o almoço. Meu pai gostava muito de música clássica. Domingo de manhã, íamos a praia. Era uma festa. Eu sempre a menininha do papai. Agora estou perdida. Sem meu pai. Sem minha mãe. Todos se afastaram. Eu afastei todos. Não queria me culpassem. Não queria me sentir mais mais culpada.

Finamente Murilo aceitou a separação. Sumiu. Ligava umas cem vezes por dia. Queria saber o que eu estava fazendo, se eu tinha arrumado outra pessoa. Mudei de casa umas quatro vezes. Tive que mudar o escritório para grande São Paulo. Mudar nome, telefones. Eu não tinha mais paz. Há tempos não tenho tido muita paz. Tenho trabalhado demais. Tenho andando à esmo por ai! Procurando até agora não sei o quê. Talvez que eu mesmo me perdoe. Já procurei analista, psicólogos... Já tentei me matar...

Hoje estou bem... Recuperada"

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