Essa arte de terrível de criar um mundo à parte.
Essa busca incansável por tudo aquilo que está ao alcance das mãos.
Artur tinha a mania desde pequeno de criar personagens. Dizia para a sua mãe que eram amigos invisíveis. Sem perceber, isso foi tomando conta da sua vida. Começou a amar mulheres invisíveis. Começou a falar sozinho por aí. Estava sempre rindo. Aos poucos foi perdendo o contato com a realidade. Nada chamava sua atenção.
Quando estava fora do seu mundo, era uma pessoa calada, introspectiva. Não sorria, somente respondia ao que era perguntado. Nato observador. Chamava atenção pelo cabelos negros e lisos e a pele branca. Artur sempre estava mergulhado em algum livro ou mergulhado em algum pensamento que ninguém nunca conseguia entender e muito menos descobrir.
Bia, era uma menina completamente diferente. Elétrica, viva. Vivia correndo. Parecia não ter tempo para nada. Cabelos ruivos, longos, rosto sardento. Andava sempre desleixada. Não ligava muito para andar como as outras meninas. Sempre com mochila nas costas, camiseta larga, tênis, calça justa e é claro, mp4. Estudava na mesma escola que Artur. Ele passava e ela ficava olhando. Todos os dias ele passava viajando nos pensamentos e ela ficava olhando. Um dia, sem pretensão alguma, sentou-se do lado de Artur no mesmo ônibus que os levaria de volta pra casa. E no outro dia também e no outro e no outro. Sentava do lado de Artur na escola, no ônibus.
- Queria saber o que você pensa? - disse ela.
- Eu queria saber por que ultimamente você tem sentado do meu lado? - respondeu com uma perguntar Artur.
- Você não sabe que não é nada elegante responder uma pergunta com outra pergunta.
Artur sempre pensava demais. Pensava demais antes de responder.
- Desculpe. Ninguém nunca falou comigo.
- As pessoas também não falam comigo. Também não me importo. Gosto de ouvir minhas músicas. O que você está lendo?
- Ulisses - James Joyce, mas já acabei.
- Você me empresta? - perguntou Bia.
- Você quer mesmo?
- Olha você respondendo com pergunta de novo! Se eu pedi é porque quero! Que música você gosta?
- Não ouço música!
- Você é louco. Olha, você me empresta o livro e eu empresto o meu mp4. Assim podemos conversar sobre tudo. Falamos do livro e de música. O que acha?
Artur que sempre viveu suas ilusões e em um mundo de silêncio. Agora ia pra casa ouvindo música. Bia que sempre ia ouvindo música ia mergulhada no silêncio. Os dois no mesmo ônibus, mergulhados no mesmo mundo...
Essa busca incansável por tudo aquilo que está ao alcance das mãos.
Artur tinha a mania desde pequeno de criar personagens. Dizia para a sua mãe que eram amigos invisíveis. Sem perceber, isso foi tomando conta da sua vida. Começou a amar mulheres invisíveis. Começou a falar sozinho por aí. Estava sempre rindo. Aos poucos foi perdendo o contato com a realidade. Nada chamava sua atenção.
Quando estava fora do seu mundo, era uma pessoa calada, introspectiva. Não sorria, somente respondia ao que era perguntado. Nato observador. Chamava atenção pelo cabelos negros e lisos e a pele branca. Artur sempre estava mergulhado em algum livro ou mergulhado em algum pensamento que ninguém nunca conseguia entender e muito menos descobrir.
Bia, era uma menina completamente diferente. Elétrica, viva. Vivia correndo. Parecia não ter tempo para nada. Cabelos ruivos, longos, rosto sardento. Andava sempre desleixada. Não ligava muito para andar como as outras meninas. Sempre com mochila nas costas, camiseta larga, tênis, calça justa e é claro, mp4. Estudava na mesma escola que Artur. Ele passava e ela ficava olhando. Todos os dias ele passava viajando nos pensamentos e ela ficava olhando. Um dia, sem pretensão alguma, sentou-se do lado de Artur no mesmo ônibus que os levaria de volta pra casa. E no outro dia também e no outro e no outro. Sentava do lado de Artur na escola, no ônibus.
- Queria saber o que você pensa? - disse ela.
- Eu queria saber por que ultimamente você tem sentado do meu lado? - respondeu com uma perguntar Artur.
- Você não sabe que não é nada elegante responder uma pergunta com outra pergunta.
Artur sempre pensava demais. Pensava demais antes de responder.
- Desculpe. Ninguém nunca falou comigo.
- As pessoas também não falam comigo. Também não me importo. Gosto de ouvir minhas músicas. O que você está lendo?
- Ulisses - James Joyce, mas já acabei.
- Você me empresta? - perguntou Bia.
- Você quer mesmo?
- Olha você respondendo com pergunta de novo! Se eu pedi é porque quero! Que música você gosta?
- Não ouço música!
- Você é louco. Olha, você me empresta o livro e eu empresto o meu mp4. Assim podemos conversar sobre tudo. Falamos do livro e de música. O que acha?
Artur que sempre viveu suas ilusões e em um mundo de silêncio. Agora ia pra casa ouvindo música. Bia que sempre ia ouvindo música ia mergulhada no silêncio. Os dois no mesmo ônibus, mergulhados no mesmo mundo...
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